segunda-feira, 25 de março de 2013

Capítulo 22 - O dia seguinte


Acordei por diversas vezes no meio da noite escutando o choro de Analiy, mas ao abrir os olhos só via o quarto escuro e a lua iluminando-o através da janela que se encontrava aberta. Sempre acabava acordando Vicky, mas logo ela me confrontava em seus braços pedindo para que eu ficasse calmo e voltasse a dormir. Ela estava sendo uma boa amiga, me ajudando com o que eu estava passando, uma hora acordei no meio da noite e por um instante pensei em ir atrás de Analiy, mas Vicky não me permitia sair do quarto e me convencia a voltar para cama, a noite seguiu lenta e o dia nunca que amanhecera.


Quando o primeiro raio de sol entrou pela janela do quarto eu estava pronto para levantar, mas Vicky não permitiu e me abraçou junto ao seu corpo quente e nu, nós estávamos ainda sem roupa quando Sally entra no quarto.
- Vai trabalhar hoje Chris?
- Não, hoje não vou.
- Tudo bem eu vou dar uma saída e mais tarde estou de volta.



Fiquei esperando Sally ligar o motor de seu carro para me certificar de que ela havia saído mas o barulho do carro que eu escutara não era o de Sally e sim de Analiy, corri para janela e vi Sally entrando em seu carro, senti um gelo correndo pelo meu corpo, será que Analiy havia falado algo para Sally? Eu já sabia que Sally sabia que Analiy estava passando algumas noites em minha casa, mas não sabia se Analiy tinha contado algo a Sally.


- Chris, vamos descer, vou preparar algo para você comer.
- Não estou com fome, mas quero sair desse quarto.
- O seu quarto tem o cheiro de Analiy, Chris, você tem que trocar essa roupa de cama.
- Não, eu não quero que mexam em minha cama, ninguém tem autorização para isso.
- Tudo bem Chris, só espero que não volte atrás.
- Eu quero isso e muito, mas quero que seja diferente, não quero viver com ela apenas em meu quarto, da forma que estávamos vivendo.
- Se ela realmente te ama ela vai vir atrás Chris, de um tempo para você e para ela.
- Eu apenas quero estar com ela Vicky.



Peguei a calça da noite anterior que estava jogada no canto do quarto e a vesti, sai do quarto e segui para sala, Vicky logo desceu as escadas atrás de mim, mas seguiu para cozinha. Não demorou muito senti o cheiro das torradas que ela estava preparando, aquilo fez meu estomago revirar e fui para o quintal dos fundos, sentei em uma das cadeiras e apenas fiquei observando a água da fonte. Logo Vicky surge no quintal.
- Vamos comer Chris.
- Não estou com fome, apenas quero ficar sentado aqui.



Ela apenas sentou do meu lado e não disse uma única palavra. Eu não estava me sentindo muito bem para fazer qualquer tipo de refeição. Eu apenas queria estar com Analiy, meu peito apertava quando pensava que jamais poderia vê-la novamente, foi quando uma lágrima surgiu em meu rosto, aquilo estava me machucando demais, Vicky apenas desviou os olhos em direção ao meu rosto e não disse uma única palavra, ela apenas colocou a sua mão sobre a minha e a apertou forte, as lágrimas corriam em silencio pelo meu rosto, logo ela estava com lágrimas nos olhos também. Eu estava a ferindo, não era isso que eu queria, pensei em manda-la embora, mas sabia que ela não iria.
- Precisamos conversar sobre a noite passada Chris, sei que não está com cabeça para isso agora, mas acho que é preciso.
- Eu sei Vicky, mas agora não tenho vontade de falar nada, apenas quero ficar quieto aqui. Me desculpa, mas prefiro ficar sozinho.



Levantei da mesa e fui para meu quarto, bati e tranquei a porta em minhas costas, não queria ninguém em meu quarto. Deitei na cama e abracei meu travesseiro, aquilo doía demais, eu não estava pronto para enfrentar isso, eu apenas queria me livrar de tudo aquilo. Senti-a me como se alguém tivesse arrancado um pedaço de mim, meu peito apertava muito e eu precisava apenas saber como ela estava, eu tinha que saber dela. Peguei meu celular e comecei a digitar uma mensagem para ela, mas logo tentaram abrir a porta do meu quarto.


- Chris, abre essa porta, eu não quero você trancado sozinho nesse quarto.
- Não vou abrir Vicky, apenas vá embora, eu quero ficar sozinho.
- Será que é tão difícil aceitar a minha ajuda Chris? Por que não abre a porta?
- Eu apenas quero ficar sozinho Vicky, me deixe por favor.
- Não precisa abrir a porta Chris, mas vou ficar sentada aqui no chão, quando estiver pronto apenas quero que destranque a porta.



Ela se calou e não falou mais nada, eu não sabia quanto tempo ela aguentaria ficar ali, mas aquilo estava me machucando, Vicky sempre foi muito boa para mim e não merecia ser tratada dessa forma. Peguei meu celular novamente e mandei a mensagem para Analiy, apenas disse a ela que a amava e que queria estar com ela, mas não da forma que estávamos vivendo. Isso poderia ter sido um erro, mas eu apenas queria uma resposta dela. Abracei meu travesseiro esperando que ela respondesse minha mensagem, mas a resposta não veio tão depressa.


Levantei da cama e segui para a chuveiro, eu apenas queria tomar um banho e voltar para minha cama, mas eu sabia que tinha que conversar com Vicky sobre noite passada, aquilo não era certo, eu só estava a ferindo e não queria que ela ficasse chateada. Ao sair do banho passei pela porta do quarto e a destranquei, segui para minha cama e fiquei esperando que Vicky logo entrasse, mas ela não entrou.


Levantei de minha cama e segui para a porta, vagarosamente a abri e vi Vicky sentada no canto encostada na parede, ela estava de cabeça baixa, sabia que ela estava chorando, apenas abaixei na sua frente.
- Me desculpe Vicky.



Ela não disse uma única palavra, apenas vi uma lágrima caindo de seu rosto que repousou em sua perna deixando uma marca molhada, foi quando reparei que aquela não era a única, me senti muito mal por estar fazendo aquilo com ela, apenas a puxei e a abracei forte e novamente pedi desculpa a ela, ela me abraçou forte e soltou um forte soluço. Foi quando resolvi levantar e a puxei para meus braços, ela se levantou fácil e a conduzi para meu quarto, levando-a até minha cama, deitando ao seu lado e abraçando-a forte, tínhamos o que conversar mas, apenas ficamos em silencio deixando com que as lágrimas falassem por nós, apenas estávamo-nos preparando para isso.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Capítulo 21 – O Fim


Já se passavam das 18 horas quando sai do serviço e fui para casa, teria tempo suficiente para me preparar e falar de uma vez por todas com Analiy. Assim que cheguei em casa fui tomar um banho e preparar algo para comer, Sally logo chegaria em casa. Estava na cozinha fazendo algo para comer quando meu celular tocou. Era Vicky.
- Oi Chris, está tudo bem?
- Sim, estou bem Vicky.
- Eu queria saber se vai para o Joy Club com o pessoal hoje à noite?
- Não, hoje não.
- Mas vai todo mundo Chris.
- Apenas não quero ir Vicky.
- Tudo bem Chris, a gente se fala.
Ela desligou o celular.


Assim que terminei de falar com Vicky, Sally chegou.
- Oi Chris, que cheiro bom.
- Fiz espaguete, está com fome?
- Sim, mas vou tomar um banho antes, estou cansada.
Sally seguiu para o banheiro e eu terminei de ajeitar a mesa para podermos jantar.


Logo ela estava de volta na cozinha e sentamos para comer.
- Tem certeza que não quer ir com a gente no Joy Club? Vicky também vai com a gente, eu a convidei.
- Ela me ligou perguntando se eu iria, mas não vou Sally, não estou afim.
- Chris, eu sei que Analiy vai vir aqui hoje à noite, liguei para ela e ela também não quer ir, está na cara Chris, todo mundo vai acabar percebendo.
- Justin também vai?
- Sim, todos vão Chris, só vocês dois que não.
Eu poderia mudar de ideia e acabar indo para o Joy Club, mas eu não estava afim de ir, todos iriam estar lá, seria uma boa oportunidade para estar com meus amigos, mas eu tinha que de uma vez por todas falar com ela, eu me sentia seguro, sabia que iria ser difícil, mas simplesmente teria de fazer.


Terminamos de comer e Sally foi se arrumar para sair, eu apenas segui para sala e deitei no sofá.
- Eu vou indo Chris, tem certeza que não quer ir?
- Não, eu vou ficar por aqui.
Ela então saiu de casa, provavelmente Analiy não demoraria muito a chegar, segui para a porta da frente e a fiquei esperando, pois dessa vez não iria passar dali. Por um instante achei que seria bobagem minha jogar tudo para o alto em tão pouco tempo, mas eu sentia muito com isso, o que eu mais queria era estar ao lado dela, eu a queria dormindo em minha cama todas as noites e acordar com ela ao meu lado sem que ela precisasse ir embora, eu poderia viver por ela, com ela, era apenas nisso que eu vinha pensando, eu a amava e sabia que seria capaz de fazê-la feliz, eu não conseguia esquecer a forma que ela sussurrava que me amava enquanto fazíamos amor, algo havia mudado, antes de ir embora ela sempre me dizia que me amava e que não era para mim esquecer isso...


Fui tirado de meus pensamentos quando escutei o carro dela parando na vaga ao lado da vaga do carro de Sally. Logo ela alcançou a porta, sedenta, mas eu não permiti.
- O que aconteceu Chris?
- Eu não posso continuar com isso.
- Você não me quer mais em sua cama Chris?
- Sim, eu quero e muito mas eu acho que isso já foi longe demais. Eu estou sofrendo, você está sofrendo e Justin – Respirei fundo. – também.


- Mas, Chris... – Ela começou a chorar.
Aquilo foi péssimo, eu não queria vê-la chorar, mas eu tinha que ser forte eu não poderia deixar isso ir adiante. Eu a amava, mas não queria viver dessa forma. Uma lágrima correu em meu rosto.
- Eu Te amo e você sabe disso, mas não é dessa forma que eu quero viver, apenas isso.
- Eu também te amo, Chris. – Ela falou entre soluços.
- Nós não podemos, apenas entenda isso.


- Não quero que você sofra Chris, eu havia te pedido que quando não quisesse mais era para falar. E é isso que está fazendo, mas eu não quero isso Chris, por favor... – Eu a interrompi.
- Vai ser difícil, tanto para mim como para você, mas nós não temos como continuar com isso.


Eu a abracei e lhe dei um último e longo beijo. Eu a amava, muito, vinha dando minha vida por ela, mas eu não poderia continuar, eu não tinha mais forças para viver dessa forma.


- Vou sentir sua falta, mas vai ser melhor assim. Eu só gostaria que você fosse embora. – Falei entre soluços, meu peito apertava, eu estava entrando em desespero.
- Eu te amo, Chris. Vou sentir sua falta.


Ela se virou e caminhou tranquilamente até seu carro, da porta, podia escutar seu choro alto e sofrido... Por um tempo ficou sentada no carro, parada, apenas chorando, tive vontade de correr até ela, dizer que eu a amava, que queria ser feliz ao lado dela, mas eu simplesmente virei e entrei em minha casa, minhas pernas fraquejaram, sentei no chão, meu peito doida, anunciando o fim de um relacionamento conturbado, de um amor que não tinha futuro, de um amor que estava acabando com a minha vida, de um amor que eu jamais esquecerei. Eu não tinha forças para levantar, eu precisava de ajuda... Peguei meu celular e liguei para Vicky.
- Vicky...
- Não precisa falar mais nada Chris, onde você está?
- Em casa.
- Eu estou indo ai Chris.


Ela desligou o celular e não demorou muito estava em minha casa. Ela fora a única pessoa que eu havia contado o que eu realmente sentia em relação a Analiy, o quão difícil isso seria para mim.
- Chris... – Seus olhos se encheram de lágrimas. – Não fique assim, por favor.
- Eu preciso de ajuda.
- Levanta Chris, senta no sofá, eu vou buscar água para você.


Ela me ajudou a levantar e eu sentei no sofá, eu não tinha forças para nada, eu não queria deixar de estar com Analiy, por um lado ela sempre esteve comigo nas horas que eu mais precisava dela, talvez poderia levar isso adiante e acabar fazendo com que fossemos felizes, mas ela não deu espaço para isso, ela já havia me dito que não iria se separar, que ele era bom para ela, isso não estava certo, mas eu apenas queria estar com ela, eu apenas a amava e era dela que eu precisava, era com ela que passei os momentos mais felizes da minha vida, apesar de me preocupar apenas com o nosso futuro, com o futuro de nossa relação, eu não sabia ao menos se com o passar do tempo ela estaria disposta a se separar e viver ao meu lado, foi quando me dei conta de que o que mais me machucava eram apenas as palavras ditas por ela, que ela não iria se separar de Justin, ela me amava, sempre me dizia isso, ela demonstrava, mas eu estava muito preocupado com as palavras ditas por ela naquela noite, eu me arrependi, eu apenas queria estar com ela. Estava disposto a voltar atrás.


- Toma Chris, beba.
- Não, eu vou atrás dela, eu a amo e não posso viver sem ela.
- Não, eu não vou permitir isso Chris, já chega, eu não queria interferir mas agora que já o fez não vou permitir que volte atrás. Isso está acabando com você e se ela realmente te amar ela vai vir atrás de você, ela vai se separar de Justin e vai querer estar ao seu lado.
- Mas eu sou feliz com ela Vicky.
- Não Chris, passei tempo suficiente com você para saber que isso não está te fazendo bem.


Apenas fechei a minha boca, não tinha mais forças para discutir com Vicky, se eu continuasse iriamos acabar brigando e eu não queria isso, ela já havia aguentado coisas demais e eu não iria feri-la ainda mais. Ela me puxou pelo braço fazendo com que eu levantasse do sofá, eu cambaleei e ela me segurou deixando nosso rosto bem próximo um ao outro, ela simplesmente colocou seus lábios nos meus e eu não impedi, apenas a beijei, ela me beijou firme e aos poucos foi me conduzindo até meu quarto...


Assim que estávamos em meu quarto aos poucos ela foi tirando minha roupa, um pouco mais devagar do que aquela vez no Joy Club, mas a forma que suas mãos passavam firmes pelo meu corpo não havia mudado, ela apenas estava sendo cautelosa em relação a minha reação, eu apenas a ajudei a tirar minhas roupas e ela me ajudou a tirar as dela, intensifiquei o toque de minha mão em seu corpo e a beijei como nunca a havia beijado antes, foi quando ela percebeu que eu estava pronto, ela me conduziu até minha cama e estávamos nos amando da forma mais suja que poderia imaginar, eu apenas precisava daquilo, e ela provavelmente também precisava, nossos gemidos eram baixos e suaves, mas o sexo era intenso, por um instante uma lágrima correu de meu rosto junto com uma que caia de seu rosto, sabíamos que estávamos completamente feridos, mas aquilo não poderia atrapalhar, era uma forma de abafar o que estava acontecendo em nossas vidas, o que estávamos sentindo. Nos amamos até estarmos completamente exaustos, seu corpo desmoronou em cima do meu, eu a apenas abracei e lhe dei um beijo na cabeça, ela olhou para mim e se ajeitou em meu peito, nos abraçamos forte...
- Que merda, Chris...
Mas estávamos cansados e magoados demais para discutir algo, então, juntos, pegamos no sono.

*_*_*_*_*_*_*
 
Amigos, amigas e aqueles que acompanham o blog em "silencio":
Quero pedir desculpa pelo atraso da postagem. Todos os comentários desde o capítulo 18 foram respondidos.
Obrigada por acompanhar.

domingo, 10 de março de 2013

Capítulo 20 – Mudanças

 
Fui mais algumas vezes ao “Joy Club” mas aquele não era o estilo de vida que eu gostaria de levar, eu nunca fui assim e estar com Analiy me fez mudar drasticamente. Eu teria que mudar, não poderia mais viver dessa forma. Sally estava me dando o espaço que eu precisava, saia a noite sem ao menos dizer a ela onde eu iria, mas ela sabia onde eu estava, muitas vezes aparecia no Joy Club para me levar para casa, mas depois do que acontecera eu não deixava mais com que as bebidas tomassem conta da minha noite, me divertia com as pessoas no karaokê e também jogávamos bilhar, as noites eram agradáveis.
 
 
Mesmo com Sally em casa Analiy continuava passando a noite em minha cama, nada entre a gente havia mudado, trancávamos a porta do quarto e nos perdíamos em minha cama, não estava gostando muito do que andava acontecendo, duas vezes Sally levantou mais cedo do que de costume e Analiy saia escondido assim como entrava em casa, pela porta dos fundos, Sally sempre a trancava, mas assim que ela ia deitar eu a destrancava, pois sabia que Analiy não demoraria muito a chegar.


Sally continuava chateada, várias vezes perguntou para mim se continuávamos nos vendo, eu dizia que sim, mas não entrava em detalhes, não deixava mais que Sally entrasse no meu quarto, as noites em claro me deixava exausto e assim que Analiy saia de casa eu caia no sono e Sally acabava entrando em meu quarto para me acordar. Hoje à noite Analiy provavelmente passaria em casa, mas não iria deixa-la ficar, iria de uma vez por todas terminar com isso. Meus amigos estavam ficando de lado, as noites em que saíamos juntos não existiam mais, eu sempre acabava saindo sozinho ou apenas passava a noite em minha cama com Analiy.


Estava sentado na mesa da cozinha tomando café da manhã com Sally, eu gostava de sua companhia, depois que conversei com ela sobre Analiy as coisas mudaram entre a gente, ela estava apenas esperado eu mudar o que vinha acontecendo em minha vida.
- Chris, hoje à noite vou com uns amigos no Joy Club, você não quer ir com a gente?
- Acho melhor não, vou ficar por aqui.
- Mas Chris, se resolver sair, promete que vai me ligar? Por favor, deixe que eu te ajude Chris. Não quero ver você estragando a sua vida, não faça nenhuma besteira Chris, eu morreria junto se algo acontecesse com você.
- Eu prometo, eu vou ficar por aqui e se precisar de algo eu te ligo Sally.
- Ela vai vir aqui hoje né? Por isso que não vai sair, ela também não quis ir com a gente para o Joy Club.
- Como você sabe?
- Chris, não adianta esconder, está na cara que ela passa algumas das noites aqui, as noites que ela não vem você vai para o Joy Club. E a porta dos fundos está sempre destrancada Chris, eu tranco a noite antes de ir deitar mas no dia seguinte está aberta novamente e você nunca vai deitar antes de mim. Me sinto mal sabendo que minha melhor amiga está dormindo na cama de meu irmão e não trocar uma palavra sobre isso com ela. - Ela se levantou da mesa e recolheu os pratos. - Preciso ir trabalhar, Chris. Se cuida. – Saiu de casa.



Minha irmã estava sabendo o que vinha acontecendo, eu não tinha mais o que falar, ela estava triste com tudo que estava acontecendo em minha vida, era mais uma que eu estava ferindo, junto a minha vida fodida que eu estava levando, eu não queria aquilo, ver que meus amigos estavam sendo afetados por mim me deu mais forças ainda para seguir em frente. A minha carreira estava afundando e não era isso que eu queria, eu tinha boas recordações da época que ainda ia viajar para gravar filmes e comerciais. Um dia desses estava vendo TV e vi o comercial que minha equipe gravara de Lana Turner em Monte Vista, senti que estava pondo tudo a perder. Lembrar-me de seu sorriso me deu uma grande esperança, de que eu poderia voltar a ser quem eu era antes. Eu teria que lutar por isso, mas eu iria conseguir, apagar um “fantasma” de meu passado, que nunca me trouxe boas recordações, me fez mudar com o passar do tempo, até Vicky eu havia deixado de lado, mas ela sempre me ligava ou aparecia no Joy Club quando sabia que eu estava lá, nos dias que Vicky estava lá Sally não aparecia para ir me buscar. Antes de ir trabalhar liguei para Vicky, a convidei para almoçar, ela não recusou o meu convite, trabalhávamos perto e o restaurante que íamos almoçar também era bem próximo.


Sai para ir trabalhar. No serviço meu chefe veio conversar comigo, perguntou se eu estava disposto a ir para Monte Vista tirar umas fotos de uma atriz que estava por lá, eu não recusei o convite, logo concordei, isso só iria fazer bem para mim ou estragar tudo de vez, eu teria de arriscar. O dia que eu iria não estava certo ainda mas eu iria em breve, talvez ainda esta semana.

 
A hora do almoço chegou e fui me encontrar com Vicky no restaurante.
- Oi, Chris. Você está bem?
- Estou sim Vicky, vamos pegar comida e enquanto almoçamos eu conto algumas novidades.
 

Seguimos para dentro do restaurante e pegamos nossos pratos, optamos por sentar ao lado de fora, a maior parte do pessoal ficava no interior do restaurante.
- Conta Chris, o que andou acontecendo?
- Meu chefe quer que eu vá para Monte Vista fotografar uma atriz.
- Quando você vai Chris?
- Ele ainda não sabe, talvez essa semana ainda.
- Fico feliz por você, parece mais animado Chris.
- Eu me sinto melhor, apesar de continuar vivendo esse inferno.
- Você ainda não conseguiu né Chris?



- Ainda não, estou lutando contra isso, assim que ela chega eu não consigo falar nada, apenas...
- Não precisa me contar Chris, acho que já andou contando coisas demais para mim.
- Não acho Vicky, você tem me ajudado muito esses dias, mas queria saber algo.
- Você sabe que pode me perguntar o que quiser.
- Como sabe das noites em que eu estou no Joy Club? Você tem ido todas as noites lá?
- Não, eu apenas vou quando você está lá, eu ligo todos os dias para Sally para saber de você Chris, ando um tanto preocupada com você.
- Por que não me liga? Você sabe que pode me ligar quando quiser.
- Sabe Chris, eu não quero ligar em má hora, tenho vontade de ligar, mas não o faço.
- Não ficamos juntos durante o dia Vicky apenas a noite.
- Prefiro não ligar Chris. Precisamos ir, nossa hora acabou.


 
Vicky parecia estar chateada com o que andava acontecendo em minha vida, de um tempo para cá notei que ela não gostava muito quando tocava no nome de Analiy, ela sabia que isso só me fazia mal, que era uma relação que poderia me ferir ainda mais. Ela havia feito alguma coisa em minha vida mudar, mas não para pior, ela me mostrou algumas coisas que eu jamais havia pensado. Voltei para o serviço, o dia passou rápido, me concentrei em fazer minhas coisas e logo iria para casa.

domingo, 3 de março de 2013

Capítulo 19 – Não foi tão Ruim

 
Chegamos a Bridge já se passavam das 22 horas e seguimos direto para casa de Vicky.
- Vou te deixar em casa e vou para casa conversar com Sally.
- Não vai entrar Chris? Te apresento meu irmão.
- Já está tarde, outro dia dou uma passada por aqui, quero conversar com minha irmã.
- Adorei ter passado o dia com você Chris. Qualquer coisa me liga.
Vicky me deu um longo beijo e segui para minha casa.
 

Ao chegar em casa vi que a luz da sala ainda estava acesa, Sally deveria estar esperando eu chegar, mas assim que estacionei o carro ela apareceu na janela.


Segui para a porta e ela me esperava em pé próxima ao sofá de entrada.
- Oi, Chris. Estava preocupada com você.
- Por que não ligou? Poderia ter ligado.
- Não queria ser chata Chris, está tudo bem?
- Sim, o dia em River com a Vicky foi bom, nos divertimos bastante, desculpe por não ter te convidado, mas queria estar a sós com ela, conversar...
- Sem problemas Chris, eu aproveitei para descansar.
- Tenho algo para te contar, mas não quero que fique brava comigo.
- Não vou ficar Chris, já notei que tem algo que não está nada certo. Você não está bem né?



Sentei no sofá e ela sentou ao meu lado, eu respirava fundo criando coragem para contar a minha irmã o que aconteceu enquanto estava viajando. Ela estava sentada ao meu lado apenas esperando que eu começasse a falar. Mais uma vez respirei fundo e criei coragem.
- Estou envolvido com Analiy. - Esperei algumas de suas palavras virem em direção a mim, como ela sempre fazia, mas elas não vieram, tinha algo de errado com Sally, acho que teria sido mais fácil se ela falasse algo. Fiz uma longa pausa, foi quando ela notou o meu desconforto.



- Quando isso começou Chris?
- Quando fomos para Monte Vista, um tempo depois que foi viajar. - Contei a Sally tudo que vinha acontecendo desde então, ela me interrompeu com algumas perguntas mas logo deixava com que eu continuasse.
- Você a ama Chris?
- Sim, no começo achei que não poderia ir muito longe, mas as coisas acabaram saindo do controle ela também me ama, mas já deixou claro que não vai deixar Justin. Ela vinha dormir praticamente todas as noites aqui em casa.



- Por isso o perfume dela está em sua cama, poderia ter me contado Chris.
- Só não achava que era hora, não queria que ficasse brava comigo.
- E o que vai fazer agora, Chris? Sabe que isso não pode continuar. Poxa ela é minha melhor amiga, não sei como aceitar isso Chris. E a Gisely Chris, como ela está?
- Não mais, Justin também já está sabendo. Ele veio falar comigo, mas por favor não conte nada a ela. A Gi está bem, nós somos amigos e ela também sabe.



- Agora sei o porquê ele foi te buscar no Joy Club e te trouxe para casa, Analiy foi me buscar no aeroporto, com ele sabendo tudo ficou mais fácil de entender.
- Foi Justin que me trouxe para casa?
- Sim Chris, Analiy me avisou assim que ela me encontrou no aeroporto, fiquei preocupada. Quando cheguei com ela em casa, ele não estava mais aqui e você estava dormindo.
- Poderia ter me acordado, apesar que eu acho que não estava em condições de conversar, acho que foi o melhor a ser feito.
- Ela não deixou te acordar e logo foi embora, ela parecia estar meio chateada, queria ter conversado com ela, mas ela apenas me disse que seria melhor ela ir para casa, se despediu e foi embora.



Foi quando lembrei da mensagem que ela havia deixado em minha caixa postal, queria entender o que realmente estava acontecendo, não sabia se Justin havia falado algo com ela. Meu celular deu o alerta de mensagem de texto, apenas peguei o celular de meu bolso, era uma mensagem de Vicky: "Está tudo bem Chris?" Apenas respondi que sim.
- É ela Chris?
- Não, foi Vicky, ela estava preocupada, só queria saber se estava tudo bem.
- Você contou a ela sobre Analiy?
- Sim, precisava conversar com alguém e não sabia como você iria aceitar isso, mas estou achando você muito quieta, já estava esperando você brigar comigo.
- Não Chris, eu não estou em condições.
- Me conte sobre sua viagem, o que fez de bom por lá? Estou querendo ir passar minhas férias lá. Você parece chateada, tem algo de errado?



- Aconteceram algumas coisas Chris e ainda estou confusa.
- O que aconteceu Sally? Me conte sobre sua viagem.
Sally me contou sobre sua viagem e eu fiquei um tanto chateado por ela não estar muito bem, não gostava de vê-la assim, mas tudo tem o seu tempo.
- Chris, eu vou tomar um banho e vou deitar, não me sinto muito bem.
- Eu também vou, acho que já é hora, amanhã tenho que ir trabalhar.



Eu estava completamente perdido e confuso com tudo que estava acontecendo, não sabia se Analiy estava sabendo se Justin havia vindo falar comigo, achei um tanto estranho o fato dele ir me buscar no Joy Club, eu teria de conversar com ele e tentar descobrir o que estava acontecendo, não poderia perguntar para Analiy, pois se ela não soubesse iria estragar tudo. Sally não estava nada bem, mas isso ela teria de resolver, eu apenas poderia apoia-la em suas decisões, não gostaria que minha irmã fosse embora para Sunlit, iríamos ficar bem distantes e quase não iria mais vê-la. Tudo em minha vida estava uma grande confusão, eu teria que dar um jeito, principalmente em meus sentimentos...