segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Capítulo 18 – Um dia em Riverview


Chegamos a Riverview, o clima estava quente, mas era um pouco mais fresco devido as grandes áreas verdes, o vento era fresco. Procuramos um parque, Vicky jogou uma toalha no chão e sentamos a sombra das árvores.
- Aqui é bem bonito, Chris.
- Eu gosto daqui, temos até uma casa aqui, quando era mais novo sempre vinha passar as férias com meus pais, eles gostam bastante daqui.
- E por que você não foi primeiro na sua casa? Tem alguém lá?
- Não, a casa está vazia, meus pais estão em Twinbrook, eu não gosto muito de ficar lá.
- Mas por que Chris, tem algo de errado?
- Talvez...
- Tudo bem, não precisa contar. Mas Chris, o que andou acontecendo com você? Aquele dia no Joy Club achei você um tanto...
- Atordoado.
- Isso, o que está acontecendo? Você está bem?
- Desculpa por aquela noite, eu não deveria...
- Chris, esquece aquela noite ok? Eu gostei, bastante e percebi que era apenas aquilo que você estava precisando, assim como eu.
- As vezes fazemos coisas que não devemos, mas é levando os tombos na vida que a gente aprende. – Uma lágrima rolou de meu rosto ao lembrar que aquilo teria que terminar.
- O que foi Chris? Por que está triste?
- Eu estou envolvido com uma pessoa casada. – As palavras apenas saíram de minha boca.


Vicky por um instante ficou calada apenas olhando para mim, notava-se em certo desgosto em sua feição, eu havia causado uma má impressão a ela e não queria que isso acontecesse, eu não deveria ter falado nada, mas nada na minha vida estava dando certo, por um instante achei um erro vir para Riverview com ela, deveria ter vindo sozinho, assim não teria como machucar mais ninguém. Não consegui permanecer sentado, levantei... Ela seguiu atrás de mim.


- Não fique calada, por favor, não quero que tenha uma má impressão.
- Eu apenas estava pensando que você estava sozinho.
- Eu estou Vicky, afinal ela é casada.
- Mas ela pode largar o marido dela para ficar com você. Vocês se amam?
- Ela já me falou que não vai largar Justin para ficar comigo.
- A Analiy, Chris? É ela?


Merda! O que eu fui falar? Eu acabara de falar o que eu não deveria, não queria que Vicky soubesse com quem eu estava envolvido. Eu teria que contar a ela, eu me sentia seguro em conversar com ela, mas não sabia se era certo.
- Sim, com ela. Como a conheceu?
- Ela foi em casa no dia seguinte que eu e meu irmão nos mudamos, ela disse que estava passando ali em frente, viu meu irmão e se apresentou.
- Você tem um irmão?
- Sim o Ryan, na verdade somos gêmeos, a noite quando chegarmos eu o apresento, ele vai estar em casa.


Por um instante, senti um ciúme enorme ao saber que Analiy fora em direção a Ryan para conhecê-lo, mas eu teria que apenas ignorar isso, eu não deveria continuar com isso e não deixaria isso ir muito mais longe do que já havia ido.
- Vou sentar ali...
- Chris você não me respondeu, você a ama Chris?
- Sim, eu a amo, mas eu não quero que isso continue, isso está acabando com minha vida e com meus amigos, eu nunca mais sai com eles, apenas fico em minha casa com ela praticamente todas as noites.
- O que sua irmã pensa a respeito?
- Ela não sabe, ela estava viajando e chegou esta madrugada, hoje à noite quero conversar com ela, assim como estou fazendo com você, mas tenho quase certeza que ela vai ficar furiosa, pois Analiy é sua melhor amiga.
- Disso eu também tenho certeza, mas é o melhor a se fazer.
- Eu também acho Vicky, me sinto culpado por não ter conversado hoje de manhã com ela, ela sentiu o perfume de Analiy em minha cama e começou a fazer um monte de perguntas, apenas mandei sair de meu quarto.
- Foi um tanto estúpido com ela, Chris.
- Também acho. Eu me sinto sujo, não sou de me envolver assim, mas ela conseguiu virar minha vida ao avesso, tem algo nela que me deixa fora de controle.


Após minhas palavras Vicky não falou mais nada, eu estava apenas pensando em uma forma de acabar com o que estava acontecendo entre eu e Analiy, eu não queria ir muito mais além do que estávamos indo, aquilo estava me machucando e com o tempo só poderia piorar, eu estava decidido, queria a minha vida de volta, voltar a ser quem eu era antes e ficar bem longe de qualquer relacionamento que possa me prejudicar, iria ser difícil, eu teria que juntar todas as minhas forças para terminar isso de uma vez e recuperar a minha vida. Tenho amigos maravilhosos e com certeza eles estariam ali ao meu lado para me ajudar a superar isso.


- Chris, vamos comer algo? Estou ficando com fome.
- Estúpido, desculpe por não te oferecer nada para comer.
- Fique tranquilo, vamos arrumar aquela mesa em baixo das árvores.


Pegamos as coisas no carro e arrumamos a mesa para comermos, Vicky trouxe uma toalha e a forrou. Eu me sentia bem naquele local, Riverview era tranquila e não tinha muito movimento por lá durante o dia, era um local que eu gostava de estar, sozinho poderia não ter sido tão legal, Vicky abriu meus olhos para algumas coisas e sentia que uma grande amizade poderia surgir, teria mais uma amiga que cuidaria com carinho como sempre fiz com todas elas antes de conhecer Analiy.
- Sabe, Chris você é lindo, não é a toa que Analiy te consuma tanto, é uma forma de ela te ter com ela. E as outras garotas Chris como elas se comportam?
- Você também é bonita Vicky, seu namorado deve ter orgulho em andar ao seu lado.
- Você não respondeu Chris, e as outras garotas, como elas se comportam?
- Não há outras garotas.
- Além de Analiy não há mais ninguém?
- Não Vicky. – Ruborizei e apenas me calei.


Eu andava tão envolvido em meu relacionamento com Analiy que não tinha pensado em mais ninguém, aquilo era um erro, pois saberia que não poderia nutrir um relacionamento com ela, era apenas aquilo, não poderia ir muito além. Eu estava cansado de tudo que estava acontecendo em minha vida, mal sabia onde estavam meus amigos e o que eles estavam fazendo por Bridge. Lembrei de Andrew, a última vez que falei com ele foi em minha casa e ficara sabendo que ele havia terminado seu namoro com Flora, eu ao menos sabia se ele estava bem. Com o tempo comecei a cair na real e notar tudo que estava perdendo com o passar do tempo me trancando em minha casa com Analiy, aquilo não era certo, eu tinha uma vida inteira e com ela meu futuro era incerto, eu não poderia me fixar a viver ao lado dela, eu teria que terminar de uma vez por todas e recuperar a minha vida.
- Ei Chris, acorda, no que está pensando? – Ela riu.
- Preciso dar um jeito em minha vida.
- Se precisar de uma amiga não se esqueça de mim Chris.
- Não esquecerei.
- Vamos ao festival de verão? Fiquei sabendo que eles estarão por aqui hoje.
- Vamos juntar nossas coisas e daremos uma volta pela cidade.


Foi quando meu celular tocou, olhei no visor e era Analiy, eu não iria atender, simplesmente não atendi, mas logo veio uma mensagem em minha caixa postal.
- Você deveria ao menos escutar a mensagem, Chris.
Vicky estava certa, então apenas chamei o correio de voz. “Chris, espero que esteja tudo bem com você, desculpa por ontem à noite, não via outra forma de ir buscar Sally, a essa hora já deve estar sabendo o que aconteceu, Sally deve ter contado. Te Amo, Chris. Fica Bem.”. Desliguei.


Uma lágrima teimou em surgir, já estava sentindo com o que aconteceria em breve, foi quando tudo começou a rodar em minha cabeça, imagens de nossas noites vieram como um filme diante de meus olhos. Vicky me abraçou:
- O que aconteceu Chris? Ela está bem?
- Sim ela está bem, só não quero conversar sobre isso agora.
- Tudo bem, vamos embora daqui, eu dirijo, só me fale para onde podemos ir.


Vicky pegou o resto das coisas e colocou no carro, seguimos para a casa de férias...
- Siga aquela rua, vai ter uma casa grande, é ali que é a minha casa.
- Qual delas?
- A direita.
Vicky seguiu cuidadosamente, sempre me perguntando se estava no caminho certo... Maldita! Por que tinha que estragar o meu dia? Mas sabia que na verdade a culpa também era minha.


- Desculpe por tudo Vicky, mas tudo isso que andou acontecendo em minha vida foi uma grande merda. Não deveria ter me envolvido, mas as coisas simplesmente aconteceram e com o tempo acabei me apaixonando cada vez mais por ela, mas eu tenho que sair dessa, não posso mais deixar com que isso siga adiante, vou ter que ser forte e fazer isso de uma vez por todas. Vamos entrar.


- Não se arrependa do que aconteceu Chris, você pode mudar tudo agora, basta querer, veja no que se transformou a sua vida, oque você andou perdendo, olhe para trás por um instante, relembre tudo que passou com ela, por ela, volte ao seu futuro e pense, vale a pena continuar dessa forma? Apenas pense nisso Chris, não quero que me responda as perguntas, quero apenas que você as responda para você mesmo, com isso saberá o certo a fazer, mas pense bem Chris, pois vida só temos uma e uma vez desperdiçada não tem como voltar atrás, é uma pena o que esteja fazendo com a sua. - Uma lágrima rolou de seus olhos.
- Me desculpe Vicky não chore, por favor, não quero te ver assim, eu sei que errei por muito tempo, mas ainda posso arrumar isso, só tenho de ser forte e reconstruir minha vida.
Lágrimas corriam de meus olhos, eu estava ferindo mais uma pessoa que estava em minha volta, merda, mais uma pessoa, como eu havia feito com todos os meus amigos, isso não iria continuar acontecendo.
- Chris, eu gosto muito de você e não quero te ver destruindo sua vida, eu vou estar sempre ao seu lado para te ajudar, pense nisso Chris, apenas não destrua sua vida e todas as pessoas que estão em sua volta.


Ela então me abraçou forte me dando um pouco de conforto e me deu um leve beijo no canto de minha boca, afastou seu rosto e olhou em meus olhos.
- Se sente melhor?
- Um pouco.


Ela olhou firme em meus olhos, foi quando ela se aproximou e levemente tocou os meus lábios com os seus... A abracei e trouxe o seu corpo junto ao meu, a beijando firme e com urgência.
- Chris... – Eu sabia o que ela queria, mas não era certo, eu não poderia deixar que isso acontecesse.
- Não podemos continuar com isso, não quero te machucar ainda mais. Me sentiria muito mal por isso, mais do que já me sinto.
- Você não me machuca Chris. Apenas não quero que estrague a sua vida.
Após as palavras de Vicky comecei a pensar em tudo que vinha acontecendo em minha vida, ela estava certa, eu já sabia que estava vivendo em um inferno, percebi o quanto havia perdido nesse tempo que estava com Analiy, foi um pouco mais de um mês, mas foi o suficiente para que quase tudo fosse perdido, inclusive o meu jeito de ser com as pessoas, mas ninguém merecia isso.


- Espero que esteja tudo bem Chris, não quero que estrague este dia, vamos fazer algo, Chris, daqui a pouco teremos que ir embora.
- O que quer fazer Vicky? Podemos ficar aqui na piscina ou ir para o festival de verão, a essa hora deve ter bastante gente por lá.
- Vamos ficar por aqui, vou preparar uma bebida para nós e sentamos a beira da piscina. Logo teremos que ir.


Vicky então foi preparar as bebidas e eu sentei na cadeira do bar, estava apenas a observando e pensando no que aconteceria quando contasse a minha irmã tudo que estava acontecendo em minha vida, não poderia esquecer também que tinha que perguntar sobre sua viagem, eu ao menos sabia se tudo foi bem. Amanhã também iria procurar Analiy e uma vez por todas terminar o que eu jamais deveria ter deixado começar.


Estava tão distraído que não notei que Vicky havia terminado de preparar as bebidas.
- Chris no que está pensando?
Virei em direção a ela. Seu olhar era sereno, ela sabia por tudo que eu estava passando, quão ruim estava sendo para mim.


- Em tudo Vicky, tudo o que nós conversamos e o que vem acontecendo, você me fez ver que estou jogando minha vida fora, que não vale a pena continuar dessa forma.
- Espero que tenha te ajudado Chris, ficarei muito feliz em saber que escutou o que eu disse, que serviu para algo. – Falou pegando um copo de bebida. – Pegue um Chris.
- Prefiro me manter um tempo longe dessas bebidas, andei exagerando.


Fomos trocar de roupa e então seguimos para as cadeiras na beira da piscina e ficamos apenas conversando e admirando o pôr do sol, ela levantou e seguiu em direção ao trampolim. Não demorou muito ela estava dentro da água.


- Vem nadar comigo Chris a água está perfeita.
Segui então em direção a piscina e entrei, jogando água para todos os lados. Ela se aproximou e jogou água em meu rosto, joguei de volta, estávamos nos divertindo, eu me sentia bem, foi quando ela parou e olhou para mim, eu apenas cheguei mais perto a abracei e dei-lhe um longo beijo, era apenas isso que eu poderia fazer neste instante.


O sol de River sumiu e então percebi que era hora de tomarmos um banho e voltar para Bridge, foi um dia agradável apesar do pequeno incidente que tivemos no parque, mas isso ficaria para trás deixando apenas boas recordações de um dia divertido ao lado de Vicky.
- Vamos tomar um banho, teremos que voltar para casa.


Seguimos para o banheiro e deixei com que ela usasse o banheiro da suíte, eu segui para o outro banheiro que havia na residência. Juntamos nossas coisas e assim que terminamos de coloca-las no carro, ela olhou para mim e segurou a minha mão.
- Espero poder voltar mais vezes com você aqui, foi divertido.
- Nós voltaremos, Vicky, em breve.
Entramos no carro e seguimos de volta para Bridge.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Capítulo 17 – A volta de Sally


- Chris, acorda! Que cheiro horrível de bebida é esse? O que andou acontecendo aqui?
- Minha cabeça parece que vai explodir.
- Estou preocupada com você. Levanta, vai tomar um banho, vai se sentir melhor.



Relutando contra a indisposição de meu corpo, levantei da cama e segui para o banheiro, tudo girava e eu novamente não sabia como havia chego em casa noite passada. Lembrei-me que tinha que ter ido buscar Sally no aeroporto, mas não me lembro de se realmente fui. Sentei na banheira e apoiei minha cabeça, eu mal podia encosta-la, estava latejando. Queria lembrar-me como cheguei em casa noite passada, mas como tantas e outras manhãs apenas amanhecia em minha cama.
- Toma Chris isso vai te fazer bem. - Sally entra no banheiro com uma xícara de café.
Ainda sentado na banheira, tomei o café, meu estômago revirava, sentia o gosto amargo da bebida em minha boca, após tomar o café, devolvi a xícara para Sally e ela se retirou do banheiro.



Sai do banho me sentindo um pouco melhor, mas deitei novamente em minha cama, não tinha forças para ir até a sala. Não demorou muito Sally entra em meu quarto.
- Chris, eu preciso saber o que está acontecendo com você, por que Analiy foi me buscar no aeroporto?
- Lembro-me que estava no Joy Club esperando você me ligar, mas comecei a beber demais e só me lembro do barman falando que estava na hora de ir embora, nem sei ao menos como cheguei aqui em casa.
- O que você estava fazendo naquele local Chris? Você sabe que as meninas que frequentam aquele lugar são malvadas.
- Não são Sally, todo mundo tem uma impressão muito ruim daquele lugar, mas se você quiser ir só para se divertir com os amigos você também pode ir, se você for sozinho basta você indicar que está afim, as garotas apenas observam, elas não saem "se jogando" em cima de você. Gosto daquele lugar, tem bastante gente por lá e você acaba conhecendo pessoas bacanas.
- Mas, Chis aquilo é um puteiro não é?



- Não, de forma alguma, eles apenas têm quartos lá, usa quem quer, ele não é destinado exatamente para isso. Não é como estes outros locais que o pessoal sai se jogando em cima de você, fui varias noites para lá apenas para beber.
- Está bom! Mas no momento não estou muito interessada no Joy Club, quero saber o que andou acontecendo por aqui Chris, o seu travesseiro tem o cheiro do perfume de Analiy, ela esteve aqui Chris? Ela dormiu aqui?
Fodeu, o que eu iria falar para Sally? Que eu estava envolvido com ela? Que todas as noites ela vinha aqui em casa e a gente se perdia na cama da forma mais suja que nossos corpos pediam? Eu tinha que inventar algo, não poderia contar para Sally, ela com certeza ficaria furiosa. O que eu iria fazer agora? Analiy não poderia mais passar as noites aqui em casa.



- Chris! Está tudo bem? Da para você me responder? Por que a sua cama está com o cheiro do perfume de Analiy?
- Não sei, não sei. Isso é impressão sua!
- Chris, não adianta, o perfume de Analiy é inconfundível, apenas ela usa aquele perfume. Nunca conheci uma pessoa que usa o mesmo perfume que o dela. E por que justo Analiy foi me buscar no aeroporto?
- Não sei, não sei. Para de fazer tantas perguntas. Minha vida está de pernas para o ar. - uma lágrima rolou em meu rosto - eu não me lembro de nada em relação à noite passada, apenas me deixe sozinho, por favor.
- Ok, Chris, mais tarde a gente conversa, você realmente não está bem.



Ela então saiu de meu quarto sem falar mais nada. Que inferno! Minha irmã estava de volta, eu a queria em casa, mas estava perdido, não sabia como iria fazer de agora em diante. Eu precisava dar um jeito nisso, pensei em me mudar, deixar Sally com a casa e ir procurar outra, eu queria Analiy em minha cama, apenas isso, e com Sally em casa não teria como Analiy passar as noites aqui. Sentia minha privacidade invadida, depois de tanto tempo tendo a casa somente para mim e vivendo da minha forma, eu estava perdido, não queria mais ninguém em casa, em minha vida. Eu teria que sair, ir para algum lugar, ficar sozinho, eu não queria mais ficar em casa, em minha cama, era só ali que eu poderia ficar em paz, sem Sally me enchendo de perguntas. Levantei da cama, desci as escadas e estava seguindo em direção à porta quando Sally me chama.
- Chris, aonde você vai?
- Sair, mais tarde eu volto.



Peguei as chaves do carro, atravessei a porta, sem dar tempo de Sally falar mais nada e apenas sai, não era certo o que eu estava fazendo com minha irmã, mas eu precisava de um tempo, eu tinha que ficar sozinho, apenas isso. Segui pelas ruas de Bridge, sem ao menos saber para onde ir, por onde eu passava tinha gente demais, estava calor, muitas famílias estavam nos parques com seus filhos, escutava a gritaria das crianças através do vidro de meu carro, aquilo não era para mim, não estava a fim de ver crianças correndo e gritando em minha volta, eu gostava delas, mas hoje não seria um bom dia. Precisava encontrar um local tranquilo, eu apenas queria ficar sozinho. Por um instante pensei em ir até Riverview, mas ao passar em frente do Retiro Buena Vista estava vazio então desci do carro, avistei Vicky, eu não a via desde a noite em que nos encontramos no Joy Club. Parei meu carro, e fui cumprimentá-la.


- Oi Vicky.
- Oi Chris, não esperava encontrar você pela cidade. - Ela ruborizou.
- Por quê? Moramos na mesma cidade, afinal, não seria impossível nos encontrarmos por aqui.
- É que, acho que deixei uma má impressão sobre mim na última noite.
- Por que pensa assim? Eu não tive uma má impressão. Você teve de mim?
- De forma alguma, mas aquela noite no Joy Club...



- Não precisa se justificar, apenas estávamos no mesmo local, procurando a mesma coisa, não vejo nada de errado.
- Não quero que você tenha uma má impressão de mim, Chris, não sou de frequentar esses locais, nunca mais voltei lá.
- Não vejo nada de errado, todo mundo tem uma impressão ruim daquele local, mas não é nada do que pensam.
- Você vai sempre lá?
- Sim, ultimamente é o único lugar que eu tenho ido.
- O que veio fazer aqui Chris? Ninguém vem neste local, por isso que eu gosto de ficar aqui, é tranquilo.
- Eu estava apenas passando por aqui quando vi que estava vazio, eu estava dirigindo pela cidade sem rumo, pensei por um instante ir para Riverview, lá é bem tranquilo.



- Queria conhecer, ainda não fui até lá. Falaram-me que a agua de lá é melhor do que a de Bridge.
- Fica há uma hora daqui, se quiser ir, podemos ir, é cedo ainda.
- Eu gostaria Chris, mas antes preciso passar em casa, vamos comigo?
- Sem problemas, só não podemos demorar, vou passar em minha casa também.



Seguimos para casa de Vicky...
- Vou pegar algumas coisas para comermos, podemos fazer algo divertido por lá.



- Pegue roupa de banho e toalhas, se não der para ir à praia podemos ir à piscina.
- Chris, em que carro nós vamos? No meu ou no seu?
- Eu que estou te convidando, vamos no meu.



Colocamos as coisas de Vicky no carro e seguimos para minha casa. Ao chegar fui direto conversar com Sally, eu teria que dar uma satisfação a ela, não achava justo o que eu estava fazendo. Entrei com Vicky em casa.
- Sally, esta aqui é Vicky, uma amiga, nós vamos passar o dia em Riverview, mas voltamos à noite.
- Tudo bem Chris, se cuida.
- Pode deixar Sally, vou ficar de olho nele.
- Não o deixe beber Vicky, ele não sabe se controlar.
- Pode deixar, eu vou deixar ele bem longe das bebidas malvadas. – Ela riu.
- Vou pegar minhas coisas, senão vai ficar tarde.



Deixei as duas conversando e fui pegar algumas coisas para levar, por um instante achei chato não chamar Sally para ir com a gente, mas eu precisava de um tempo, tinha que colocar minhas ideias em ordem e depois conversar com ela, talvez contasse tudo que estava acontecendo em minha vida, mas eu não sabia como ela iria reagir. Terminei de juntar minhas coisas e desci as escadas, escutei Sally e Vicky rindo na cozinha, fui em direção.


- Toma Chris, fiz uma salada para vocês levarem.
- Eu disse a ela que não precisava Chris, mas ela insistiu.
- Obrigada maninha. – Dei um beijo em sua testa.
- Você parece melhor Chris, espero que esteja bem e não vá fazer nenhuma besteira.
- Pode deixar Sally, vou cuidar dele.
- À noite estarei de volta e não vou fazer nenhuma besteira.



Sai de casa com Vicky e Sally ficou nos olhando da porta. Não achava certo deixar minha irmã sozinha em casa, nem ao menos perguntei como havia sido sua viagem, eu estava tão atordoado com o que vinha acontecendo que eu só queria estar longe dali, eu não queria mais viver da forma que eu estava vivendo, não era certo, eu estava afetando todas as pessoas que estavam em minha volta, deixei de valorizar os amigos, eles estavam cada vez mais distantes, eu havia me fechado a tudo que estava acontecendo em minha volta, nada mais importava, a única coisa que eu queria era estar com Analiy, mas aquilo iria mudar.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Capítulo 16 - A hora da Verdade – Parte Final


Haviam se passado alguns dias após a minha ida para o Joy Club, Analiy não havia conversado comigo desde então, nem sequer mandou as mensagens que costumava mandar. Eu estava perdido sem a presença dela, não sabia o certo por que havia se afastado de mim, ainda acho que não gostou que estava frequentando o Joy Club, fazia uns dias que não via movimento em frente de sua casa, sempre diminuía a velocidade para captar algum movimento. Lembrei-me que ela havia falado que se fosse necessário sairia de Bridgeport só para amenizar o meu sofrimento, mas isso apenas iria piorar, eu estava muito chateado com sua ausência, por um instante pensei em ligar. Eu estava afundando em um mar de depressão, estava isolado de todos e não queria conversar com ninguém, lembrei-me de Gisely, mas eu não poderia ligar para ela, era uma boa pessoa e eu não poderia a magoar com meus sentimentos fodidos, sim eu estava literalmente fodido depois de ficar tanto tempo com Analiy, voltei mais vezes no Joy Club, conheci diversas garotas e fui para cama com elas sem ao menos saber o número do telefone delas, aquilo acontecia ali dentro e ali ficava, não costumava encontrar duas vezes a mesma garota, sempre era uma diferente, mas sempre me recordava de Vicki, ela era a mais quente entra elas, mas nada era como com Analiy, ela me levou ao mundo onde realizei todos os meus desejos mais sujos e intensos, era aquilo que eu sempre procurava, principalmente em minhas visitas ao Joy Club, muitas garotas procuravam o mesmo mas com outras era bem diferente, era algo mais doce e agradável, mas não era aquilo que eu estava acostumado, que eu procurava, por um instante achei que poderia deixar o Joy Club de lado, mas sempre que saia a noite acabava indo para lá, muitas vezes saia de lá completamente de fogo e tinha certa dificuldade para chegar em casa, mas quando acordava no dia seguinte estava sempre em minha cama, muitas vezes com a mesma roupa da noite anterior, as vezes não recordava ao certo como havia chego em casa.


Hoje a noite não iria sair de casa, estava cansado com meu corpo machucado e exausto por passar todas as noites na rua. Estava em casa tranquilo apenas deitado no sofá olhando para o teto e lembrando de todas nossas noites juntos, sua voz estava sempre presente em minha cabeça, eu sentia sua falta e não poderia suportar que ela havia saído de Bridgeport... Eu não conseguia mais ficar ali deitado apenas pensando nela, foi quando levantei, tomei um banho e coloquei uma roupa descente, peguei as chaves do meu carro e fui até a casa de Lissa, falar com Mathew, já que ele sabia, eu poderia conversar com ele, nada melhor do que ele que a conhecia tão bem.


Chegando a frente de seu prédio peguei meu celular e liguei para ele, ele desceu e veio conversar comigo na rua.
- O que te traz aqui Chris? – Falou surpreso com a minha visita.
- Precisaria conversar com você. – Eu não sabia como começar, eu ao menos sabia se ele realmente estava sabendo de algo.
- Eu sei do que se trata, Chris, ela me procurou e falou o que aconteceu, espero que não fique bravo com isso.
- De forma alguma, eu só queria vê-la novamente.
Mathew pegou seu celular e ligou para Analiy. Ao desligar o celular ele me comunicou que ela estaria em minha casa em 30 minutos. Despedi-me de Mathew e segui para casa, não demorou muito ela estava ali.


Eu a abracei e lágrimas corriam de meus olhos, foi quando ela soltou palavras baixas como um sussurro:
- Eu não sabia que estava assim, me perdoe Chris, por favor, eu não imaginava que poderia ser assim.
Eu não falei nada fiquei quieto, a dor que eu sentia era grande e estando com ela eu sabia que logo iriamos nos perder na cama com nossos desejos mais sujos. Levantei a cabeça de seu ombro para olhar em seus olhos, ela estava chorando, ela também estava sofrendo com o que estava acontecendo, por um instante achei que isso não poderia feri-la, mas estava enganado. Desfiz-me de seu abraço e a peguei pela mão:
- Vamos para dentro.


Abracei-a e pedi para que não ficasse assim, queria saber o porquê ela sumiu por tanto tempo, mas estávamos mudos, a única coisa que se escutava eram as batidas intensas de nossos corações, nossos corpos estavam quentes e logo notei que havia desejo em seu corpo.
- Por que não me ligou mais? – Falei como um sussurro em seu ouvido.
- Eu achei que estava bem, depois que falou que estava no Joy Club achei que não me queria mais, então não te liguei mais, achei que ficaria bem comigo estando longe.
- Eu não suportava mais estar longe de você, espero que não tenha sido uma ideia ruim procurar Mathew, era a única pessoa que te conhece bem. – Não iria contar a ela o que Mathew me falou.
- Eu também o procurei esses dias Chris, mas não quis que ele ligasse para você, achei que você estaria bem.


Eu realmente não estava, sentia muita falta dela em minha cama, comigo.
- Você poderia ter deixado ligar, você sabe que eu Te Amo e que sinto sua falta.
- Me perdoe Chris, não vou mais deixar de te ligar, mas, por favor, o dia que você não quiser mais me fale, eu não saberei se não me falar.
- Não vou mais esconder nada, já fizemos isso uma vez e não fomos nada bem, acabou machucando-nos ainda mais. Eu não suportaria isso novamente.
- Eu sinto sua falta Chris, de estar com você, em sua cama. Você sente minha falta em sua cama Chris?
- Sim, muito... – Respirei fundo. - Eu preciso de você.
Após minhas palavras o silencio permaneceu por uns instantes entre nós, estávamos absorvendo tudo o que estava acontecendo e ela respirava duro devido ao seu coração acelerado, por um instante me preocupei, me desfiz de seu abraço e olhei em seus olhos, seu olhar era intenso, eu sabia o que ela queria e eu também queria. Quando fui beijá-la ela não permitiu. Foi quando ela olhou em meus olhos e soltou as palavras de uma única vez:
- Faça amor comigo Chris, eu preciso.


Após suas palavras ela levemente afastou os seus lábios. Eu segurei seu rosto e a beijei intensamente, ela retribui, seu beijo era firme, intenso e sedento, a conduzi para meu quarto e lá estávamos nós em mais uma noite só nossa, uma noite de intenso prazer onde realizávamos os nossos desejos mais sujos e intensos, era assim que eu a queria, era assim que ela me procurava e era assim que era a nossa relação, nada poderia mudar aquilo...


Estava deitado com ela em meu peito, mas sabia que logo iria falar que teria que ir para casa, não, eu não queria aquilo, queria tê-la ali sempre comigo, mas eu sabia que ela teria que ir, ela não poderia ficar. Desejei tê-la mais uma vez em mim, da forma que sempre nos amávamos, o sexo era sujo, mas era assim que eu a queria, que eu a desejava. Ajeitei-me na cama, foi quando ela levantou a cabeça e olhou em meus olhos, bastava isso para ela saber o que eu queria, o que eu estava pensando...
- Quer que eu te ame novamente Chris?
- Sim, eu preciso. - Eu não precisava falar mais nada, não tinha o que ser falado, eu apenas precisava dela.


Foi quando ela se virou em cima de mim e cobriu minha boca com um beijo firme e logo estávamos ali novamente, a um mundo só nosso, sexo, era apenas isso que mantinha-nos conectados, estávamos apaixonados, mas isso não falava mais alto quando precisávamos um do outro, palavras eram poucas entre a gente, o desejo sempre falava mais alto, bastava isso, um não se preocupava com o dia do outro, aquilo não importava, eram apenas momentos de prazer que faziam com que estivéssemos conectados.


Ela não foi para casa, não dessa vez, ela ficou ali deitada em minha cama, abraçada, junto ao meu corpo que sempre a desejava... Ela estava ali tranquila, novamente em minha cama, agradecia por aquele momento, por tê-la em meus braços mesmo sabendo que uma hora ela teria que ir. O sol vagarosamente começou a surgir no céu de Bridge, estávamos no verão, mas as temperaturas ainda não eram tão altas, estava suportável ter nossos corpos amontoados na cama por cima do edredom, estávamos apenas nos recuperando de uma noite intensa de prazer... Algumas horas depois achei que devíamos tomar um banho e comer algo, com certeza estaria dormindo, hesitei em acordá-la, mas me movi na cama e ela me abraçou forte e levantou seus olhos em direção aos meus.
- Precisamos tomar um banho e comer algo, depois podemos voltar para cama se você quiser.
- Eu só quero te amar, Chris.


Levantamos da cama e fomos para o chuveiro, assim que terminamos nosso banho e nos vestimos, seguimos para a cozinha...
- Vou preparar algo para comermos, o que gostaria?
- Uma salada para mim basta, não sinto tanta fome.
- Você precisa comer direito, toda vez que está aqui come mal, por quê?
- Não sinto fome quando estou com você.
- Mas precisa comer algo, sente-se ali na mesa enquanto preparo algo.
- Faremos juntos, faço a salada e você decide o que quer fazer.


Apenas concordei com a cabeça ela foi para um lado do balcão e eu me ajeitei ao seu lado. Terminamos de preparar a comida, sentamo-nos à mesa e comemos. Não demorou muito estávamos satisfeitos e voltamos ao meu quarto, deitamos em minha cama e pegamos no sono.


Precisava lhe perguntar se não teria que ir para casa, ela estava em minha casa desde a noite passada, o sol já estava começando a se por e vagarosamente sumiu atrás dos imensos prédios de Bridgeport. Bridge, a cidade que me ensinou a ser uma pessoa livre, a me preocupar comigo mesmo e não com o que os outros pensavam a meu respeito.
- Você está aqui desde a noite passada, não teria que ir para casa?
- Você quer que eu vá?
- Não, eu realmente não quero que vá.
- Então vou ficar por aqui.


A noite estava quente, a lua já brilhava no céu de Bridgeport há algumas horas, mais uma noite estava começando, mas esta era diferente das outras, estava bastante calor e o clima dentro do quarto estava quente, a cama estava úmida e nossos corpos estavam mergulhados em um mar de suor. Foi quando sugeri que tomássemos um banho.
- Vamos tomar um banho, acho que será de bom grado para nossos corpos.
Ela concordou com a cabeça, percebi que seu corpo estava cansado, mas tinha algo a mais em seus olhos... Não era o desejo que sempre estava ali, seus olhos anunciavam alguma preocupação, algo que ela novamente estava escondendo, não perguntei, não iria fazer isso, se ela quisesse ela que teria que me contar. O quarto estava quente, abri a janela, mas o vento quente da madrugada ainda soprava para dentro do quarto, foi quando sugeri que fossemos para fora de casa, na jacuzzi ou na piscina.
- Vamos para fora, aqui está quente demais. Podemos ficar na jacuzzi ou até na piscina.
- Prefiro a jacuzzi.


Seguimos para fora, ela tirou suas roupas deixando seu corpo completamente nu, eu não conseguiria apenas olhar, sendo que meu corpo pedia por ela o tempo todo. Tirei minhas roupas e entramos na jacuzzi, a água estava em uma temperatura agradável, o suficiente para manter nossos corpos aquecidos. Ela olhou para mim com a cabeça baixa, apenas levantou seus olhos e olhou em minha direção, eu já sabia o que ela queria, o que seu corpo queria, mas não me movi, esperei que ela viesse em minha direção...
- Está brincando comigo Chris? – Ela sentou em meu colo.
- Sim. Gosto da forma que me olha quando está sentada em meu colo...


Fui interrompido com o seu beijo urgente, firme e novamente estávamos ali, em movimentos constantes, um momento em que nada existia em nossa volta, que era apenas o nosso momento, o nosso mundo, com o nosso sexo sujo e intenso. Nada se comparava com aquilo, ela sabia exatamente o que fazer para me tirar do controle, conhecia cada parte de meu corpo, me levando a liberação de uma forma intensa e prazerosa junto com ela, coisa que eu nunca havia vivido, que ao menos sabia que seria possível antes de me envolver com ela. Eu sabia que era errado, mas depois de tanto tempo eu já não me importava mais, o fato de ela ser casada já havia em partes apagado de minha memória, não sentia mais tanta culpa e não sabia que o pior ainda estaria por vir. O sol já começara a surgir no céu de Bridge por cima do telhado de casa, anunciava uma manhã quente como o dia anterior, mas não poderia continuar com ela ali na jacuzzi logo teria que ir trabalhar ela também iria.
- Vamos tomar um banho e nos arrumar, teremos que ir trabalhar.
- Eu já deveria ter ido, vou chegar atrasada hoje.
- Não deveria!


Seguimos para dentro de casa e logo estávamos de baixo do chuveiro, tomamos nosso banho e nos arrumamos para ir trabalhar, ela matinha algumas de suas roupas em minha casa, estávamos sempre correndo contra o tempo quando não estávamos com nossos corpos envolvidos. Saímos logo, ela seguiu seu destino e eu o meu...


Algumas horas depois...
Sally havia ligado avisando que chegaria durante a madrugada em Bridge e eu iria busca-la no aeroporto. Estava voltando do serviço, havia passado no mercado para comprar algumas coisas que estavam faltando em casa, logo estava com meu carro estacionado e assim que atinjo a porta de entrada de casa escuto um carro parar em uma das vagas ao lado do carro de Sally. Era Justin...


Fiquei parado na porta e ele veio em minha direção, acenei com que entrasse em casa, abri caminho e deixei que o entrasse em minha casa antes mesmo de eu entrar... Ele tinha algo para falar, sentou no sofá perto da porta de entrada e ficou olhando porta a fora, pelo vidro da porta...
- Ela pode me ver aqui, podemos ir para sala?
- Podemos, também não gosto de ficar aqui. - Respirei fundo e o respondi.


Seguimos para a sala. Justin sentou no sofá e continuava calado, não abriu a boca para falar uma única palavra, eu teria que perguntar o que ele queria, eu não deveria ter aberto a boca...
- O que te traz aqui?
- Ela passa as noites aqui com você né? - Eu realmente não sabia onde enfiar a minha cara, eu acabara de ficar sabendo que Justin sabia que Analiy passava as noites em minha casa. Não tinha palavras para responder sua pergunta, eu não iria falar nada...
- Eu vejo o carro dela aqui, Chris, no mesmo local onde está o meu agora, estava voltando da casa de uma amiga quando passei em frente de sua casa e vi seu carro, já era tarde e ela não havia voltado para casa, sai e vim para cá, foi quando vi que seu carro continuara aqui... - Ele respirou fundo. - Voltei para minha casa e deitei em minha cama, não consegui dormir, logo escutei ela chegando em casa... E isso já vem acontecendo há algum tempo... Diga-me alguma coisa Chris...


Ele falava calmamente, em momento algum mostrou estar furioso comigo ou com ela, eu estava horrorizado, ele sabia que a mulher dele passava as noites em minha casa e em momento algum veio tirar satisfação comigo... Eu tinha que conversar com ele de igual para igual.
- Eu não sei como te falar isso, mas ela tem passado quase todas as noites aqui, eu me sinto culpado por...
- Não se sinta culpado Chris, quando me casei com ela já sabia que era assim, mas achei que era com Mathew, apenas com ele... - Ele mais uma vez respirou fundo. - Não imaginaria que seria com você.
Ele estava calmo, respirava pausadamente, ele sempre aceitou o que Analiy aprontava por ai, eu não sabia se ele realmente sabia o que estava acontecendo entre a gente... Foi quando ele tornou a falar.
- Sabe ela nunca foi santa, Chris, ela sempre procurou algo a mais, desde quando nos conhecemos eu percebi isso nela, mas eu a amo e não posso virar as costas para ela, deixá-la...


Eu interrompi...
- Ela também te ama Justin, ela me falou isso, que não deixaria você para ficar comigo, falou também que você é muito bom para ela...
- Eu sei disso Chris, se ela não me amasse não estaria mais comigo, eu não faço nada para evitar que ela vá, ela é livre para ir quando quiser, o dia que ela achar que não deve mais viver ao meu lado basta ela ir procurar a sua felicidade, eu não vou impedir isso.
- Ela não vai te deixar Justin, ela o ama. - Eu estava sem muitas palavras, ele a amava e queria que ela fosse feliz ao lado dele ou não.


Após um tempo de silencio ele se levantou do sofá...
- Preciso ir, logo ela irá para casa e não quero que me veja aqui, não diga que eu estive aqui.
- Não iriei falar, ficará entre nós.


Ele então seguiu porta a fora, entrou em seu carro e lentamente seguiu em frente. Eu não suportaria mais que Analiy viesse em minha casa depois que ele estivera aqui, ele a amava e apenas queria que ela fosse feliz, eu estava cansado, cansado de estar com meus sentimentos cada vez mais fodidos conforme o tempo passava, mas eu não queria viver sem Analiy, sem nosso sexo sujo que nossa relação havia se transformado, isso tinha que terminar. Eu teria que ir buscar isso em outro lugar, em outra pessoa.


Após Justin sair peguei as chaves do carro o segui para o Joy Club, Sally logo ligaria, iria busca-la no aeroporto. Atordoado com tudo que estava acontecendo em minha vida, apenas sentei no bar e pedi uma bebida após a outra, já estava me sentindo totalmente tonto e via tudo embraçado quando o Barman falou que estava na hora de ir embora. Levantei-me e sai me apoiando nas paredes do local, alguém me ajudou a caminhar até o carro e sentei no banco, após isso não me lembro de mais nada, apenas acordei em minha cama na manhã seguinte com Sally me acordando.